sexta-feira, 30 de março de 2012

"Eu queria ser uma mosca para pousar em todos os cabarés da cidade."  PÚBLICO - ATO I

domingo, 18 de março de 2012

Grace, Alaíde e eu.

Escolhi esse. Um modelo de vestido histórico que fez de Grace Kelly uma princesa. Nesse vestido busquei encontrar as razões e os sentidos que desejei para Alaíde. Vitória? Prisão? Sufoco? E por dentro um desejo de liberdade. Grace sim, viveu coisas que Alaíde gostaria de ter vivido. Adorava noitadas cheias de drinks com as amigas baladeiras e tinha uma agenda cheia de amantes. Viveu uma relação conjugal longe da ideia do conto de fadas, seu príncipe era controlador e possessivo, proibiu que os filmes com Grace fossem exibidos em Mônaco e cortou qualquer aspiração que ela tivesse de retomar a carreira. Além do histórico de traições de ambos. Assim como Grace, Nelson Rodrigues me mostra uma Alaíde traída e também capaz de trair. Uma louca cheia de desejos que me fez revelar segredos íntimos como os do diário de Mme. Clessi, que deu oportunidade de olhar nos olhos das pessoas e protestar conflitos cotidianos. Assim tenho visto o teatro em mim se transformar em vida. Fazer com que a cidade compartilhe de um Nelson, o meu Nelson. Assim minha Alaíde corre com a grinalda rasgada, sem o glamour de uma princesa ou rainha. Foge, quer ser livre, fazendo do asfalto o seu diário para dizer o que pensa e o que sente.